Tem 78 anos, corre dez quilómetros todos os dias e toma sempre duche
de água fria. Está aposentado mas continua a fazer investigação em
Botânica e a defender a preservação do ambiente através das palestras
que faz pelas escolas. Jorge Paiva diz que não lhe resta “muito futuro”
mas com tudo o que actualmente faz ainda aceitou o convite para fazer
um documentário que vai começar a ser filmado este ano e que implica
várias viagens aos Trópicos “para recriar as explorações botânicas que a Universidade de Coimbra fez há dois séculos”.
Aventuras na floresta
Tem percorrido e continua a percorrer a Europa, particularmente a
Península Ibérica, Ilhas Macaronésicas, África, América do Sul e Ásia. “Conheço as florestas equatoriais de todos os Continentes", garante.
De todas as viagens guarda na memória aventuras para contar. Uma vez, na
África Oriental, enquanto colhia plantas, deparou-se com um elefante
apenas a cinco metros de distância. Numa outra expedição dormiu no jipe
rodeado de leões e nesse mesmo veículo foi atacado por um búfalo.
Episódios que diz serem “nada de especial” pois acredita que “é mais fácil morrer atropelado em Lisboa do que com um problema na selva”.
Aventureiro como poucos, aos 60 anos de idade decidiu ir para a Amazónia fazer uma demonstração. “Estive
duas semanas nas margens do Rio da Dúvida, todo nu e sozinho, para
demonstrar que sem biodiversidade não vamos sobreviver mas sem dinheiro
isso é possível. Fui completamente picado mas foi muito engraçado, comia
o que os símios comiam”, lembra.
Espécie que destrói
Uma das coisas que ainda hoje lhe dá prazer é enviar, todos os anos, a
duas mil pessoas e entidades um cartão de boas festas sobre problemas
ambientais. “Já faço isto há 22 anos porque muitos antigos alunos meus dão aulas com os temas que lá estão e já se habituaram àquilo”, afirma.
De personalidade humilde, não dá grande importância ao facto de ter
cinco plantas que adoptaram o seu último nome como homenagem ao seu
contributo para a botânica mundial. A última, como noticiou o Ciência Hoje, foi descoberta por César Garcia e apelidada de Dendroceros paivae. “Não acho isso extraordinário, talvez mais importante é ter dado nome a espécies de plantas, fui autor de 140 nomes”, explica.
Jorge Paiva, actualmente a caminho dos 79 anos de idade, anima-se por
ainda poder fazer educação ambiental. O que o desanima é não haver mais
gente a fazer o mesmo e a impedir a destruição da biodiversidade. “Somos uma espécie estúpida porque estamos a destruir o ecossistema onde vivemos, mais nenhuma espécie faz isto!”, diz.
Adaptado de Ciência Hoje de 23 de Fevereiro de 2012
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