domingo, 3 de julho de 2011

Descoberto “monstro de luz” vindo da juventude do Universo



A luz que nos chega hoje de estrelas longínquas levou milhões de anos a atravessar o espaço e é um retrato do passado desses astros. É por isso que os cientistas procuram objectos antigos que revelam detalhes do início dos tempos.
Desta vez, encontraram o mais antigo quasar, um monstro de matéria que expulsa luz e ilumina tudo à volta, com 12,9 mil milhões de anos. A descoberta foi publicada nesta quinta-feira, na revista Nature.

O quasar agora descoberto tem 2000 milhões de vezes a massa do Sol e brilha o equivalente a 63 biliões de sóis. Seria de pensar que quem olhasse para o céu nocturno poderia observar este quasar, mas não. Nos 12,9 mil milhões de anos que a luz demorou a chegar à Terra o Universo expandiu-se e a luz "esticou-se". O comprimento de onda dos fotões que compõem esta luz foi desviado para o infravermelho, ou seja, para lá do espectro visível, fora do alcance do olho humano.

O Universo tem aproximadamente 13,7 mil milhões de anos. O mais antigo quasar até agora descoberto era de 870 milhões de anos depois do início, o novo objecto é mais velho – apareceu 100 milhões de anos antes, ou seja, 770 milhões de anos depois do Big Bang. Apesar de já se terem identificado explosões de raios gama de estrelas mais antigas, as propriedades dos quasares são muito informativas do que se passava à volta naquela época.

Os quasares existem normalmente no centro de galáxias que têm buracos negros extremamente grandes, e atraem matéria e mais matéria. “O buraco negro super massivo é escuro, mas tem um disco de gás ou de pó à volta que se tornou tão quente que vai ser mais brilhante do que uma galáxia inteira de estrelas”, disse citado pela BBC News Daniel Mortlock, o primeiro autor do artigo, também do Imperial College.

Adaptado do Jornal Público de 3/Julho/2011

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